Veja o recado de Novaes para os bancários do BB
“Uma pessoa vinda do mercado sem conhecer a instituição pública deveria evitar passar vergonha. Os bancos públicos foram importantes para combater o ciclo de crise econômica mundial, capitaneando a concessão de crédito mais barato e aquecendo o mercado interno”, enfatiza João Fukunaga, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato e bancário do BB.
O dirigente ressalta a importância das instituições como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, Banco do Nordeste, fundamentais na gestão de politicas públicas de combate às desigualdades sociais, bem como para financiamento da agricultura familiar, que corresponde a 70% dos alimentos que vão para a mesa dos brasileiros.
A declaração de Rubem Novaes revela o desconhecimento da instituição a qual preside, na avaliação de Fukunaga.“Essa fala não reflete nem de perto o tamanho da carteira de crédito pessoa física e jurídica, que são das maiores do país, e nem ao lucro aferido em cima de operações de credito, e não de compra e recompra da divida do Estado brasileiro. Causa espanto, porque esses ítens são básicos da administração de uma empresa, e ele desconhece isso.”
“Fora que desconhece a competência técnica dos quadros de carreira do BB, até por que não faz parte dele. Mas ainda assim, não abriu mão da boquinha como presidente do BB e foi para mercado privado. Triste esse tipo de comentário que revela tamanho desconhecimento e ainda por cima defende demissões em um cenário de recessão e desemprego”, acrescenta o dirigente.
Outro motivo que levou Novaes a defender a privatização do Banco do Brasil é porque, segundo ele, “os bancos privados têm toda liberdade de fechar uma agência ineficiente numa determinada cidade do interior. E no Banco do Brasil é uma complicação”.
“Com essa mentalidade, ele ignora completamente que a função do banco público é justamente o desenvolvimento social. E o Banco do Brasil, assim como a Caixa e outras instituições na mão do Estado, estão presentes em cidades e regiões onde há pouca oferta de agências bancárias, justamente porque os bancos privados não têm interesse em atuar nestas localidades, porque trazem pouco retorno financeiro. Mas como ficará a vida de milhões de brasileiros que vivem em cidades remotas se não houver a existência do Banco do Brasil e outras instituições públicas?”, questiona Fukunaga.