Trabalhadores e Correios aceitam proposta do TST e vão assinar acordo
Trabalhadores e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) aceitaram proposta conciliatória feita pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e vão assinar o acordo coletivo, em data a ser marcada. Segundo o TST, "é a primeira vez em mais de duas décadas que os Correios e as representações sindicais chegam a um consenso sem a realização de greve".
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
Com a proposta, aprovada em assembleias realizadas no dia 14, a categoria não deflagrou paralisação por conta da campanha salarial. Costurada pelo vice-presidente do TST, ministro Renato de Lacerda Paiva, ela mantém a íntegra do acordo coletivo e prevê reajuste salarial de 3,68%, que corresponde à variação acumulada em 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), até julho, véspera da data-base.
A manutenção do acordo anterior era considerado essencial pelos trabalhadores, que temiam a perda de direitos. Desde a aprovação da reforma trabalhista, a direção da estatal tenta aplicar medidas de austeridade que pesam contra os funcionários. Por isso, o "estado de greve" se mantém. Após investidas dos Correios para tentar cortar benefícios relacionados ao plano de saúde da categoria, o tema passou a ser discutido no próprio TST.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect-CUT) lembra que a categoria enfrentou uma conjuntura desfavorável, marcada pela entrada em vigor da "reforma" trabalhista, capitaneada por Michel Temer (MDB). "Foi um processo difícil, já que somos a primeira categoria a fechar um acordo coletivo após a aprovação da reforma trabalhista. Sabemos que não é a melhor proposta do mundo", disse o secretário-geral da Fentect, José Rivaldo.
A situação de fragilidade da categoria, como chegou a comentar o ministro do TST, levou os sindicatos a construir a mobilização da campanha salarial em unidade. Em nota, a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) afirma que "a situação política e econômica inusitada, enfrentada pela categoria e pelos trabalhadores em geral, no país, levou as federações a emitir uma orientação conjunta".
"É preciso enfrentar esse ataque, mas o time precisa estar muito forte para conseguir virar a conjuntura a seu favor nesse momento. Por isso as federações (Findect e Fentect) concluíram que o cenário mais provável seria prejuízo para o trabalhador, caso uma greve fosse deflagrada agora", conclui.