Saúde Caixa: Empregados precisam se organizar e pressionar

Em debate realizado pela Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi/NE), na terça-feira (10), o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, disse que as empregadas e empregados do banco continuam enfrentando desafios em diversas áreas, incluindo problemas com atendimento, com cobrança abusiva de metas e com o plano de saúde.

Takemoto ressaltou a importância da pressão dos trabalhadores para fazer com que o governo e a empresa atendam às demandas dos empregados. “Sabemos que as coisas não se resolvem da noite para o dia, mas tem algumas coisas que infelizmente não estão caminhando. E, como o próprio presidente Lula falou, para fazer o governo caminhar tem que ter pressão”, afirmou, ao lembrar que Lula disse que “sindicato tem que ‘sindicatear’”.

Para o presidente da Fenae, a luta pela qualidade do Saúde Caixa é fundamental e os trabalhadores precisam continuar a pressionar e se organizar para garantir melhorias no plano de saúde. “O que nós temos que fazer é o que estamos fazendo aqui, nos reunir e nos organizar para fazer com que a empresa entenda o plano de saúde como um direito nosso. Que faça melhorias para que a gente tenha um plano de saúde de qualidade, pois não adianta ter um plano de saúde viável financeiramente, mas de péssima qualidade”, disse.

Situação preocupante

Coube à coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e do Grupo de Trabalho Saúde Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, a tarefa de apresentar dados do relatório da administração do plano Saúde Caixa. Segundo Fabiana, os números revelaram uma tendência preocupante: a partir de 2016, o plano começou a operar com déficit.

Ela explicou que o déficit está ligado à redução do número de empregados da Caixa a partir de 2014. À época, havia cerca de 101 mil empregados, e essa redução teve um impacto significativo na receita do Saúde Caixa. “A redução da receita, somada ao aumento dos custos médicos, que sempre aumentam acima dos salários, deixa a situação ainda mais grave, com projeções de tornar o plano impagável pelos empregados, se a Caixa insistir na manutenção do teto de gastos”, disse a coordenadora da CEE.

As projeções apresentadas pela Caixa indicam um déficit de R$ 355 milhões. No entanto, os trabalhadores não concordam que esse fardo seja inteiramente dos usuários do plano de saúde. “Há outras questões que consideramos de responsabilidade exclusiva da Caixa, como os custos administrativos, que até 2018 eram arcados pela Caixa, mas, devido à CGPAR 23, eles foram compartilhados conosco. No entanto, nossa reivindicação é para que esses custos voltem a ser integralmente cobertos pela empresa”, afirmou Fabiana.

Outro ponto relevante em discussão envolve os empregados que adoeceram em decorrência das atividades na Caixa. Isso inclui aqueles que possuem o benefício 91, relacionado à acidentes de trabalho. Os trabalhadores lutam para que esses custos não sejam integralmente cobertos pela Caixa, uma vez que foi a própria empresa que ocasionou as enfermidades.

Conhecer para lutar

Para o presidente da Fetrafi/NE, Carlos Eduardo Bezerra Marques, a plenária virtual se mostrou crucial para a discussão sobre o Saúde Caixa. “O debate que realizamos hoje contribui para o fortalecimento, o engajamento, a mobilização e a conscientização pra essa luta que é tão importante para os empregados da Caixa e que é também luta de todas as entidades sindicais dos bancários”, disso, reforçando a determinação dos trabalhadores em garantir um plano de saúde viável financeiramente e de alta qualidade para todos os funcionários da Caixa.

Diversos dirigentes de sindicatos filiados à Fetrafi/NE participaram do debate, entre eles os presidentes dos sindicatos dos bancários da Paraíba, Lindonjhonson Almeida; Pernambuco, Fabiano Moura; e Piauí, Odaly Medeiros.

Fonte: Contraf-CUT, com informações da Fetrafi/NE