Santander obriga bancários do Vila a trabalhar aos finais de semana
Depois de abrir agências aos sábados para consultoria em “educação financeira”, “convidando” funcionários a trabalhar “voluntariamente”, o Santander tomou mais uma medida para tentar naturalizar o trabalho aos sábados na categoria bancária. O banco está obrigando que trabalhadores do SAC 2º Nível, departamento alocado no Vila Santander, trabalhem um sábado e um domingo por mês.
“Foi criada uma lista na qual o trabalhador tem que colocar seu nome e indicar um domingo e um sábado por mês para trabalhar, forçando-o a fazer horas-extras, já que não trabalham em regime de escala e cumprem jornada de 40 horas de segunda a sexta”, relata o dirigente do Sindicato e funcionário do Santander Anderson Pirota.
“Os bancários estão muito insatisfeitos. Obrigar que se façam horas-extras aos finais de semana é uma ingerência absurda na vida privada do trabalhador. Nem tudo na vida é dinheiro. Os trabalhadores contam com os seus finais de semana para ficar com a família, com os filhos, possuem compromissos pessoais, fazem trabalhos voluntários de verdade nas suas comunidades. Imagine a situação de uma mãe com filho pequeno obrigada a trabalhar no fim de semana, quando a creche ou escola não funcionam”, acrescenta.
O dirigente lembra que a operação brasileira é a mais lucrativa do Santander no mundo, sendo responsável por 29% do lucro global. “É inadmissível que o banco trate com tanto desrespeito os trabalhadores responsáveis por seus excelentes resultados. Os bancários brasileiros merecem respeito e valorização.”
Além do SAC 2º Nível e da abertura de agências aos sábados para “educação financeira”, o Sindicato também recebeu denúncia de que trabalhadores da ouvidoria estão sendo pressionados a trabalhar aos sábados. “De acordo com a denúncia, caso algum funcionário se negue, fica marcado como alguém que não veste a camisa do banco”, diz Anderson.
O Sindicato cobra do Santander o imediato fim da lista obrigatória para trabalho aos finais de semana e de qualquer outra medida que obrigue, pressione ou constranja bancários para trabalhar aos finais de semana.
“Se existe uma demanda alta, ela é fruto das demissões promovidas pelo Santander. Ao invés de obrigar que trabalhadores façam hora extra aos finais de semana, o banco deveria contratar mais para diminuir a imensa sobrecarga de trabalho a que estão submetidos seus funcionários. Exigimos que o banco seja coerente com os valores que divulga na sua publicidade e respeite a vida pessoal dos seus funcionários. A vida não é só trabalho e dinheiro”, conclui o dirigente do Sindicato.
O Sindicato já recebeu denúncias de que bancários do centro e das zonas oeste e sul da capital paulista estão sendo pressionados para trabalhar "voluntariamente" nas agências. "Vamos intensificar nossos protestos contra esse absurdo. Esses regionais e gerentes gerais que estão assediando os funcionários para que trabalhem de graça aos sábados serão identificados", enfatiza a também dirigente do Sindicato e bancária do Santander, Lucimara Malaquias.
Mostre sua indignação
Os bancários e clientes que quiserem ajudar a cobrar do banco o respeito à legislação, ao acordo coletivo e, obviamente, ao trabalhador, podem participar pelas redes sociais! Basta publicar sua indignação usando as hashtags #SantanderSabadoNÃO e #QueroSoluçãoSantander.