Número de empregados da Caixa mortos em 2021 já supera 2020
O número de mortos empregados da Caixa Ecônomica por coronavírus nos primeiros dois meses de 2021 já supera todo o ano de 2020, quando iniciou-se a pandemia de Covid-19, e deve-se acender um sinal vermelho entre os trabalhadores do banco público. Até agora, pelo menos 40 foram vitimados pela doença, mais do que os 19 registrados entre março e dezembro do ano passado, demonstrando o momento grave que temos passado, o descaso do Governo Federal e da gestão da Caixa para com os empregados e a população. Se somarmos o número de trabalhadores terceirizados falecidos, esse número deve triplicar.
Apesar de o banco sonegar informações sobre as vítimas, levantamentos feitos pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região dão conta de que o aumento expressivo no número de mortos tem relação com o o trabalho presencial. O Sindicato continua cobrando informações do banco.
Para o dirigente sindical e empregado Caixa, Dionísio Reis, a entidade vem cobrando que o banco amplie as medidas de proteção aos trabalhadores, como a inclusão de uma barreira acrílica para os gerentes e assistentes, desde o início da pandemia, sem sucesso.
"Temos cobrado o aumento da proteção aos trabalhadores e à população de uma forma geral, porque a Caixa tem, pelo contrário, reduzido a segurança sanitária para seus empregados. O aumento no número de empregados é expressivo, e entre os terceirizados este número deve ser pelo menos três vezes maior. São estes trabalhadores que pagaram o auxílio emergencial para mais da metade da população brasileira, e este descaso da Caixa deixa todos expostos", afirma o dirigente.
Metas x Saúde
Além de acabar com a saúde mental dos bancários, os recrudescimentos das condições psicossociais feitos com a cobrança de metas desumanas também esta aumentando a exposição dos bancários a Covid-19. O sindicato tem feito atos toda semana em defesa da Caixa pública e contra a cobrança desumana de metas. O que tem sido apurado é que os atendentes que podiam estar acabando com as filas e estão totalmente voltados a outras funções.
"A direção da Caixa, ao invés de focar na proteção dos trabalhadores e da população e no serviço essencial que está sendo prestado, vem fazendo cobranças desumanas de metas, tirando os empregados do atendimento e deslocando-os para a venda de produtos, aumentando o risco de contaminação por conta das grandes filas. É preciso aumentar a proteção dos trabalhadores, as medidas de segurança e a contratação de mais empregados para garantir a saúde e a segurança de todos", finaliza.