Mulheres do ramo financeiro fazem Encontro Nacional

Foi realizado nesta quinta-feira (13) o Encontro Nacional das Mulheres Trabalhadoras do Ramo Financeiro, organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Participaram do encontro cerca de 150 mulheres. O evento foi preparatório para o Encontro Nacional de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a ser realizado no segundo semestre.

A secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, abriu o encontro se solidarizando com todas as mulheres presentes à reunião que tinham perdido parentes e amigos vitimados pela Covid-19. “Precisamos organizar as mulheres em um momento dramático provocado pela pandemia e também pelos retrocessos causados por esse governo. Temos um histórico de luta, fomos a primeira categoria que colocou uma cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho sobre a questão de igualdade de oportunidades, tão cara a nós mulheres”, afirmou a secretária.

Desmonte do estado

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, saudou as mulheres presentes ao encontro. “Estamos com lideranças que pensam e atuam em seus sindicatos e têm um papel grande na mobilização para transformar a sociedade e acabar com a triste situação que vivemos, expressa na figura do Bolsonaro. Esse governo promove o desmonte do estado. Sabemos que tem um grupo por trás do Bolsonaro. O mercado financeiro tem interesse no desmonte do estado, na entrega das empresas públicas. Mas a pandemia mostra o quanto estado é importante. Foi um tapa na cara dos que defendem o estado mínimo. A pandemia mostra o quanto esse modelo de capitalismo financeiro deu erado”, analisou a presidenta da Contraf-CUT.

No primeiro painel do encontro, realizado pela manhã, participaram a economista Marilane Oliveira Teixeira, doutora pelo Instituo de Economia da Unicamp; Ana Maria Cruz, escritora e ativista negra, e Vivian Machado, economista e técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da Subseção da Contraf-CUT. Elas debateram sobre as desigualdades socioeconômicas que atingem as mulheres na atual conjuntura.

Feminismo

O segundo painel na parte da manhã teve a participação na professora Valeska Zanello, do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília (UnB). A professor falou sobre o movimento feminista e a questão da masculinidade tóxica.

Na parte da tarde, o painel 3 contou com a participação da advogada Luanda Pires, do Grupo de Advogados Pela Diversidade Sexual e de Gênero, e da advogada e feminista Phamela Godoy, coordenadora do projeto ‘Basta! Não irão nos calar’. Elas debateram sobre a violência contra a mulher, feminismo, combate à fome e teletrabalho.

O último painel do encontro reuniu Neiva Santos, secretária geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, e Marta Soares, secretária de Imprensa mesma entidade. O debate foi sobre a comunicação na era digital como instrumento de resistência às desigualdades.

Avaliação

“Foi um encontro muito importante, com riquíssimos debates. Com certeza, abriu grandes reflexões para ações de luta da categoria bancária para o próximo período”, avaliou a secretária Elaine Cutis.