Mudanças geram (ainda mais) sobrecarga no Santander

O Santander diminui consideravelmente o número de trabalhadores em muitas agências da cidade de São Paulo e da sua região metropolitana. A reestruturação feita no primeiro semestre de 2019 unificou as funções de caixa, coordenador de atendimento e assistente gerencial em um único cargo: gerente de negócios e serviços (GNS). 


Quando o serviço aumenta, o GNS tem de se deslocar ou para o caixa ou para o atendimento gerencial, dependendo de onde a demanda é maior. Além disso, retirou os caixas de algumas agências que, segundo o banco, não teriam perfil para manter este serviço. 

Um caixa foi mantido em outras agências cujo banco considera o número de serviços operacionais satisfatório. Nessas unidades, o fluxo de trabalho tem se intensificado, e esses bancários não estão dando conta. Diante deste cenário, o gerente de negócios e serviços tem de ficar intercalando o atendimento gerencial com o atendimento operacional. 

A fusão de agências e o aumento do número de postos de atendimento (agência apenas com atendimento gerencial) tem provocado sobrecarga de trabalho nas agências que mantém este serviço.

Mais um agravante: em muitas agências, o mesmo gerente vai atender a conta PF e PJ do cliente (gerente Duo). Muitos destes trabalhadores reclamaram que os cursos do Netcurso não são suficientes para este atendimento. Para piorar, os trabalhadores têm de fazer o Netcurso em paralelo ao atendimento aos clientes, quando deveriam ficar exclusivamente focados no treinamento. 

Todos estes problemas têm gerado agências cada vez mais cheias, atendimento precário aos clientes e sobrecarga de trabalho. 

Soma-se a esta realidade o anúncio feito em dezembro pelo presidente do Santander, Sérgio Rial, de que até abril todas as contratações e promoções estarão congeladas devido ao contexto duvidoso da economia brasileira. 

“As contratações feitas até dezembro de 2019 tem sido insuficientes. O que nós constatamos são bancários sendo realocados de uma agência para outra. Estes trabalhadores não tem uma carteira ou um local de trabalho permanente. Ficam tapando buraco, o que dificulta inclusive sua organização pessoal para o trabalho”, critica Lucimara Malaquias, dirigente sindical e bancária do Santander. “O trabalhador não deve naturalizar esta situação”, afirma a dirigente.   

Para completar, Sérgio Rial exigiu um lucro de R$ 16 bilhões em 2020. Em 2019 o banco alcançou lucro de R$ 10 bilhões até setembro, e deve fechar o ano com resultado entre R$ 12 bilhões e R$ 13 bilhões. 

“Mas ele quer aumentar o lucro em 30% com uma estrutura interna cada vez mais precária. As pessoas estão adoecendo, se afastando, e quem permanece paga a conta disso. Por tudo isso, as pessoas devem procurar o Sindicato, fazer denúncias e orientar os clientes a reclamarem no Banco Central caso o atendimento esteja contrariando as normas do órgão e a lei”, orienta Lucimara. 

As denúncias ao Sindicato devem ser feitas por meio por meio dos dirigentes, fone (18 21041099). O sigilo é garantido.