Motociata de Bolsonaro foi rejeitada por clubes de motos
A motociata realizada pelo presidente Bolsonaro no dia 12 de junho não foi tão grande como o anunciado. Embora nota da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo divulgasse que 12 mil motociclistas tivessem participado da manifestação, o pedágio de Campo Limpo, na rodovia dos Bandeirantes, indicou que pelo local passaram apenas 6.661 motos dos apoiadores. A baixa adesão tem também uma rejeição de parte dos clubes de motociclistas, que não concordaram com o passeio que deveria ter sido uma tentativa de bater um recorde no Guinness Book ser transformado em um palanque eleitoral de Bolsonaro.
O objetivo original do passeio era reunir 1,5 milhão de motociclistas no passeio para bater o Guinness World Records. O bancário Gerson Pereira, secretário de Comunicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), é apaixonado por motos e membro de um dos clubes que reúne motoqueiros da região de Jundiaí, no interior de São Paulo. “Motos clubes de todo o Brasil estavam de fato tentando bater esse recorde. Queríamos reunir 1,5 milhão de motos em um passeio que seria o maior evento do gênero no mundo e iria para Guinness Book. Mas, de um mês para cá, vários clubes perceberam que havia uma tentativa de transformar o caráter do passeio para ser um palanque de Bolsonaro, nos mesmos moldes do que foi feito no Rio de Janeiro”, contou Gerson Pereira.
Motoboys
O que aconteceu em seguida foi uma reação em cadeia, com diversos clubes rejeitando a proposta de transformar o passeio em um palanque do presidente. “Nosso clube se reuniu e decidiu não participar. Isso aconteceu em vários outros clubes de motos no Brasil inteiro”, revelou. Outra rejeição a Bolsonaro veio do SindimotoSP (Sindicato dos Motoboys de São Paulo). A entidade informou por meio de nota que é contra os atos de apoio ao presidente.
Bolsonaro também colecionou outras derrotas. O presidente, seu filho, Eduardo Bolsonaro, os ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), presentes no ato, também foram multados por não usarem máscaras. O valor da multa é de R$ 552,71.
Fake news
Na tentativa de transformar o fiasco em vitória, bolsonaristas postaram nas redes sociais que a manifestação reuniu 1,3 milhão, o que seria suficiente para a manifestação ser registrada no Guinness Book. Além de ser uma fake news flagrante, a própria organização do Guinness World Records informou que a entidade não aceita registrar eventuais recordes de eventos politicamente motivados. A Guinness World Records nem mesmo encarou a motociata de Bolsonaro como uma tentativa oficial para disputar o recorde. Longe de ser um recorde, foi mais um fiasco de Bolsonaro.