Lucro do Santander segue decolando

O lucro do Santander segue nas alturas. No 1º trimestre de 2018, o banco espanhol obteve lucro líquido gerencial de R$ 5,884 bilhões, um crescimento de 27,5% em relação ao mesmo período de 2017. No trimestre, o crescimento foi de 5,8%. Entretanto, mesmo com o resultado de saltar os olhos, o Santander cortou 847 postos de trabalho entre o início de abril e o final de junho.


“É um absurdo que um banco como o Santander, que obtém no Brasil 26% do seu lucro mundial e tem resultados cada vez melhores no país, siga demitindo, cortando postos de trabalho. Estamos em plena Campanha Nacional Unificadas dos Bancários e uma das nossas reivindicações é o fim das demissões”, enfatiza a diretora do Sindicato e bancária do Santander Maria Rosani.

Tarifas
A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 12,1% em doze meses, totalizando R$ 8,4 bilhões. No 1º semestre de 2018, somente com o que arrecadou com tarifas cobradas dos clientes, o Santander cobriu em 183% toda a sua despesa com pessoal mais PLR.

“Mesmo arrecadando cada vez mais com as altas tarifas cobradas dos clientes, o Santander não oferece um atendimento e serviços de qualidade. No segundo trimestre de 2018, o banco ficou em primeiro lugar no ranking de reclamações de clientes ao Banco Central. E essa situação não é culpa dos bancários e sim da gestão equivocada e gananciosa do senhor Rial, que corta postos de trabalho, sobrecarrega funcionários, impõe metas abusivas, fatores que levam ao adoecimento dos trabalhadores, e assim precariza o atendimento e serviços”, destaca Rosani.


Outros dados
Tendo em vista a queda nos resultados Bruto e Operacional do Santander, o que proporcionou a alta do lucro líquido foi, principalmente, a entrada de crédito tributários que geraram um resultado com impostos e contribuições de mais de R$ 1,9 bilhão.

O retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROE) ficou em 19,3%, com alta de 3,4 p.p. em doze meses. O lucro obtido no Brasil representou 26% do lucro global que foi de € 3,752 bilhões (com crescimento de 4,0% em doze meses).

A carteira de crédito ampliada teve crescimento de 13,3% em doze meses e atingiu R$ 368,2 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 23% no período, chegando a R$ 119,8 bilhões, impulsionadas por crédito consignado (40,3%), cartão de crédito (23%) e crédito imobiliário (12,1%).A carteira de financiamento ao consumo, originada fora da rede de agências, somou R$ 45,4 bilhões, com crescimento de 22,7% em doze meses. Do total desta carteira, R$ 37,784 bilhões (89% da carteira) referem-se a financiamentos de veículos para pessoa física, com aumento de 22,4% no período.

No crédito pessoa jurídica houve crescimento de 2,4% em doze meses, alcançando R$ 125,3 bilhões. O segmento de pequenas e médias empresas cresceu 8,5%, enquanto o segmento de grandes empresas cresceu 0,2%.

O Índice de Inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 0,1 p.p. em doze meses, ficando em 2,8%. Ainda assim, as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) subiram 8,9%, totalizando R$ 6,5 bilhões. 

“Quando o banco aumenta o PDD, mesmo com a inadimplência em queda, ele esconde parte do seu lucro, reduzindo assim a sua distribuição aos trabalhadores, os grandes responsáveis pelos resultados cada vez melhores do Santander”, conclui Rosani.