Lucro do Santander no 1º trimestre de 2021 é o maior desde 2010
O Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 4,012 bilhões no primeiro trimestre de 2021. O resultado representa alta de 4,1% em relação ao mesmo período de 2020 e de 1,4% no trimestre. Esse é o maior lucro trimestral do banco desde o segundo trimestre de 2010.
Mesmo com o aumento do lucro, o banco espanhol eliminou 2.386 postos de trabalho em doze meses, encerrando o primeiro trimestre de 2021 com 44.806 empregados. Foram fechadas 140 agências e 91 PAB’s no período.
“É um absurdo que, num ano de pandemia, o Santander tenha eliminado milhares de postos de trabalho mesmo com a obtenção do maior lucro para um primeiro trimestre em mais de uma década, e quando a economia teve retração no Brasil e no mundo”, afirma Rita Berlofa, diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancária do Santander.
A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 8,3% em doze meses, totalizando R$ 4,9 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR caíram 4,4% no ano, somando R$ 2,2 bilhões. Assim, em março de 2021, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 215,74%.
“O balanço do Santander indica que o banco está aumentando seu lucro por meio de demissões, do fechamento de agências e do aumento de tarifas bancárias, em um movimento que resulta em trabalhadores sem emprego, sobrecarga de trabalho aos bancários remanescentes, e precarização do atendimento aos clientes”, afirma Rita.
“Ou seja, enquanto o banco aumenta seu lucro, beneficiando apenas diretores executivos e acionistas, os trabalhadores e clientes são prejudicados, justamente aqueles que obtém o resultado do banco, por meio da força de trabalho e do pagamento de tarifas e juros”, acrescenta Rita.
O retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROE) do banco ficou em 20,9%, com queda de 1,4 ponto percentual em doze meses.
O lucro obtido na unidade brasileira do banco representou 21% do lucro recorrente global que foi de € 2,138 bilhões, este último, com alta de 385,8% em doze meses (o lucro líquido do 1º trimestre de 2020 foi de € 331 milhões), após um provisionamento de € 1,608 milhões em 2020, em função da pandemia da COVID-19 e alta de 50% no trimestre. Entre as unidades do Santander no mundo, a maior variação do lucro foi nos Estados Unidos (€ 616 milhões), com crescimento de 1.017% em doze meses.
A Carteira de Crédito Ampliada do banco, no país, teve alta de 7,4% em doze meses e queda de 2,9% no trimestre, atingindo R$ 497,6 bilhões (ou alta de 11,4% desconsiderando o efeito da variação cambial).
As operações com pessoas físicas cresceram 13,4% em doze meses, chegando a R$ 178,4 bilhões, com crescimento em todas as linhas e impulsionadas por Veículos/Leasing (+27,5%) e pelo crédito imobiliário (+23,2%).
A Carteira de Financiamento ao Consumo, originada fora da rede de agências, somou R$ 61,1 bilhões, com alta de 3,4% em relação a março de 2020. Do total desta carteira, R$ 51,8 bilhões (ou 84,7% da carteira) referem-se aos financiamentos de veículos para pessoa física, apresentando aumento de 4,1% no período.
O crédito para pessoa jurídica cresceu 14,3% em doze meses, alcançando R$ 185,3 bilhões. O segmento de pequenas e médias empresas cresceu 28,4%, e o de grandes empresas cresceu 9,2%. O Índice de Inadimplência Total superior a 90 dias, incluindo Pessoa Física e Pessoa Jurídica, ficou em 2,1%, com queda de 0,9 pontos percentuais em comparação ao primeiro trimestre de 2020. Já as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) foram reduzidas em 5,8%, totalizando R$ 3,4 bilhões.
“Reforçamos à direção do Santander Brasil nossa cobrança por responsabilidade social por meio de contratações e da redução de juros e tarifas cobrados de uma população severamente impactada pela pandemia, mas por meio do qual o banco obtém 21% do seu lucro global”, afirma Rita.