Inscreva-se para o V Fórum Nacional pela Visibilidade Negra

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) realizará, nos dias 28 e 29 de novembro, em Belo Horizonte, Minas Gerais, o V Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro. Bancários e bancárias de várias regiões do país estarão reunidos para debater as práticas discriminatórias no sistema financeiro, além da concentração de renda no setor.

O conteúdo será voltado aos dirigentes sindicais que acompanham a temática de igualdade de oportunidades, coletivos de combate ao racismo, e aos responsáveis pelas secretarias de Políticas Sociais dos sindicatos e federações. As inscrições terminam dia 18 deste mês e podem ser realizadas através do email: contrafcut@contrafcut.org.br.

Segundo o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, a situação da população negra no mercado de trabalho está ligada a um passado escravocrata, que se reflete até os dias atuais. “Negros ganham R$ 1,2 mil a menos que brancos em média no país. Homens brancos ganham 63% a mais do que mulheres negras. A cor da pele é um dificultador para a ascensão profissional”, disse.

Almir Aguiar disse ainda que os negros são maioria nas funções menos qualificadas no mercado de trabalho, possuem os piores indicadores sociais e os menores índices de escolarização. “O Fórum será importante para a atualização, troca de informações e formação dos dirigentes sindicais. Além disso, também contribuirá para as mesas de negociações mantida junto aos bancos e à Fenaban, afirmou o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT.

É importante lembrar que o II Censo da Diversidade, divulgado pela Fenaban em 2014, mostrou que, dos 500 mil bancários que atuavam no setor, somente 24,7% dos trabalhadores nos bancos brasileiros eram negros. Deste percentual, apenas 3,4% se declararam pretos, nesta mesma pesquisa, nem apareceu os dados das mulheres negras. Para Almir Aguiar, os bancos continuam com suas políticas discriminatórias, tanto na contratação, como na ascensão profissional e na remuneração, onde os negros ganham 87% dos salários dos brancos. “Estamos lutando contra essas práticas e sabemos que nossas lutas serão cada vez mais árduas pela frente, afinal, o sistema financeiro é racista, exemplo disso é a cidade de Salvador, que tem 80% de sua população negra, e, mesmo assim, observamos que existem agências bancárias sem negros. Daí a importância do nosso V Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, para debate o fim do racismo nos bancos”, enfatizou o dirigente sindical.  

Este ano o III Terceiro Censo da Diversidade está ocorrendo até o final de novembro. Para responder, é preciso entrar no link: https://diversidade.febraban.org.br/

O V Fórum Nacional Pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro conta com o apoio da Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e região, da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi MG) e The American Federation of Labor and Congress of Industrial Organizations (AFL-CIO).

Programação
Local: Normandy Hotel – Rua dos Tamoios, 212 – Centro

28 de novembro – quinta-feira

9h – Credenciamento

9h30 – Abertura

10h30 – Análise de conjuntura histórica das relações de trabalho e raciais no Brasil e a participação de negras e negros no mercado de trabalho.

 “O resgate do trabalho escravo, desde o sequestro dos irmãos negros na África até o fim do século XIX”

Ramatis Jacino – Professor do bacharelado em Ciências e Humanidades e do Bacharelado em Ciências Econômicas da Universidade Federal do ABC. Mestre e doutor em História Econômica pela Faculdade de Letras, Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – FFLCH/USP.

“Análise dos dados do Censo da Diversidade-Fenaban 2014 e as perspectivas do Censo 2019”

Vivian Rodrigues – Economista, graduada pela Fundação Santo André, Mestre em Economia Política pela PUC-SP e Subseção do Dieese – Contraf-CUT

“As políticas públicas e as desigualdades raciais no mercado de trabalho”

Mário Theodoro – Economista formado pela UnB, com Mestrado em Economia na UFPE e Doctorat En Sciences Economiques – Université Paris 1 – Sorbone

13h – Almoço

14h – Participação dos negros na política e a violência contra a mulher, em especial a mulher negra.

”População negra, representação política e a classe trabalhadora”

Martvs das Chagas –  Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Juiz de Fora, consultor em gestão social, foi Superintendente de defesa dos direitos humanos do Estado do Rio de Janeiro, diretor de fomento da Fundação Palmares do Ministério da Cultura e foi ministro interino da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR)

“A violência contra as mulheres negras e seus desafios na sociedade brasileira”

Dra. Angela Gomes – Engenheira Florestal, doutora em Etnobotânica Negro Africana pela UFMG e mestre em Controle de Contaminação Ambiental pela Universidade Politécnica de Madri. Professora Universitária. Coordenadora Nacional do Movimento Negro Unificado para Formação Política. Diretora do Sindicato dos Professores- SINPRO MINAS.

15h45 – Intervalo para café

16h – CONQUISTAS HISTÓRICAS, POLÍTICAS DE COTAS COMO INCLUSÃO SOCIAL E RETROCESSOS NOS DIAS ATUAIS

“Ações que institucionalizam o racismo e a postura do STFe do parlamento brasileiro”

Elói Ferreira – Advogado, zootecnista, Mestrado pela UFRJ-COPPE, Ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) no Governo do Presidente Lula, Ex-presidente da Fundação Cultural Palmares, exSubsecretário de Direitos Humanos do Rio de Janeiro. Atualmente, Vice-Presidente do Club de Regatas Vasco da Gama.

“AFL-CIO: Ação sindical para combater o racismo e perseguição aos imigrantes no mercado de trabalhoamericano”

Jana Silverman – Nascida nos Estados Unidos, e Diretora de Programas para o Brasil e Paraguai do Solidarity Center (entidade de cooperação sindical internacional ligada a AFL-CIO, maior Central Sindical dos EUA), possui PHD em Desenvolvimento Econômico do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e Mestrado em Relações Internacionais da Universidade de Columbia em New York

19h30 – Confraternização

29 de novembro – sexta-feira

9h (continuação da mesa anterior)

“Os avanços das políticas afirmativas do governo Lula e osretrocessos no atual governo”

Matilde Ribeiro – Graduada em Serviço Social (1983), mestre em Psicologia Social (1999) e Doutora em Serviço Social (2013) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. Foi ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) no Governo Lula, é professora adjunta na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB)

10h – Combate à discriminação racial: A categoria bancária e sua experiência

11h30 – Avaliação das cláusulas de Combate ao Racismo

12h30 – Desafios e compromissos das entidades envolvidas

13h – Encerramento