Coronavírus: Sindicato cobra manutenção de empregados em home office
O Sindicato foi informado, por meio de denúncias de empregados, que chefias de áreas meio da Caixa estão convocando trabalhadores fora do grupo de risco para o retorno ao trabalho presencial. A medida arbitrária, aplicada sem qualquer negociação com o Sindicato, foi feita inclusive sem que os empregados tivessem uma antecedência mínima para organizarem a vida familiar. O Sindicato enviou ofício - endereçado para a CETEC11, CEDES, CEPTI, GILIE, CGTI e GIGOV SP - cobrando manutenção dos empregados em home office durante o período da pandemia do coronavírus.
“As denúncias dão conta de que as convocações estão sendo feitas por telefone, sem qualquer comunicado oficial por escrito e sem uma antecedência mínima para o empregado organizar a vida familiar. Está sendo estabelecido, sem a devida negociação com o Sindicato, um rodízio no qual metade dos empregados de uma área trabalham durante uma semana e, na outra, trabalham a outra metade”, relata o dirigente do Sindicato e empregado da Caixa Danilo Perez.
“Diante dessa situação, enviamos ofício para as áreas cobrando a manutenção dos empregados em home office, uma vez que é uma temeridade absurda convocar estes trabalhadores para o trabalho presencial com o altíssimo número de casos e mortes por Covid-19 no país e, especialmente, em São Paulo. Ao contrário dos empregados envolvidos no atendimento presencial nas agências, que já operam em esquema de rodízio, os trabalhadores das áreas meio podem perfeitamente desempenhar as funções de forma remota”, acrescenta.
A também dirigente do Sindicato e empregada da Caixa Vivian Sá lembra que "além do home office para o grupo de risco, e áreas meio, o Sindicato e a CEE/Caixa têm cobrado o banco quanto aos responsáveis de crianças em idade escolar e coabitantes de pessoas do grupo de risco, pois a Caixa não tem se preocupado com essas situações, e convocar um trabalhador para voltar ao presencial, quando não tem a menor necessidade de estar fora de casa para realizar o trabalho, torna-se uma medida ainda mais absurda nesta situação”.
Outro ponto crítico apontado pelo Sindicato é o impacto social do retorno destes empregados ao trabalho presencial em um momento em que a pandemia está fora de controle. De acordo com cálculos do centro de controle de endemias Imperial College, um dos mais renomados do mundo, o Brasil completou três meses de transmissão acelerada do coronavírus. Desde a semana de 27 de abril, o Brasil tem taxa de contágio acima de 1, o que demonstra que a transmissão está acelerando. Na semana que começou neste domingo 26, a taxa de contágio subiu de 1,01 para 1,08. Isso quer dizer que cada 100 infectados contaminam outros 108, que por sua vez infectam mais 116,6, e assim sucessivamente.
“O isolamento social, viabilizado a estes empregados de áreas meio através do trabalho remoto, é importantíssimo não só para preservar a saúde deles e de seus familiares, mas também para colaborar com o combate a propagação da doença, colaborando ainda para que o sistema de saúde não entre em colapso total. Em um país no qual a transmissão está acelerando, que registra 2.488.452 casos e mais de 88 mil mortes, não faz sentido convocar empregados ao trabalho presencial quando os mesmos podem executar suas funções de forma remota. É uma irresponsabilidade contra a saúde destes trabalhadores e de toda a sociedade. Esperamos que as vice-presidências revejam, com urgência, esta convocação”, conclui Vivian Sá.
O Sindicato solicita uma reunião imediata para tratar da convocação dos trabalhadores para o trabalho presencial e das condições vivenciadas pelos empregados.