CEBB cobra respeito à vida dos funcionários do BB
A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) cobrou do banco, em reunião realizada na tarde desta segunda-feira (17), o respeito e a melhoria dos protocolos de prevenção ao contágio e propagação da pandemia causada pelo novo coronavírus, firmados com a representação sindical desde que a doença chegou ao país. Após a reunião específica sobre questões relacionadas à Covid-19, teve início à reunião de negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2020 referente às cláusulas sociais e de igualdade de oportunidades para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos Funcionários do BB.
“São questões que envolvem desde a falta de insumos sanitários e equipamentos de segurança, até questões de gestão administrativa, que passam pela pressão pelo retorno ao trabalho de funcionários que coabitam com pessoas do grupo de risco e chegam à jornada de trabalho. O banco precisa ter a responsabilidade pela disponibilidade dos materiais de higiene e EPIs e pela orientação adequada aos gestores”, observou a secretária de Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Fernanda Lopes.
“Não é possível que a instituição não deixe claro que a prioridade neste momento é a saúde e a vida dos funcionários, fica parecendo que a responsabilidade de gestão dos funcionários, em um momento de pandemia, é completamente jogada nas costas dos gerentes. E aí descamba para o assédio moral e cobranças excessivas pelo cumprimento de metas, muitas vezes pela venda de produtos que não fazem parte do rol daquilo que são os serviços essenciais”, completou.
A representação dos funcionários pede que o banco seja mais claro e mais incisivo em seus comunicados.
Ruídos de comunicação
Assim como já havia acontecido quando da revogação do uso do código 478 (em casa à disposição do banco) para abonar as horas e dias afastados, o comunicado para dizer que os funcionários que coabitam com pessoas de grupos de risco causou outra confusão de entendimento. Gestores entenderam o comunicado como sendo uma ordem de retorno ao trabalho dos coabitantes.
O banco não entende que os protocolos são insuficientes, mas admite que gestores podem estar entendendo os comunicados de maneira equivocada. O banco explicou que o home office continua sendo uma ferramenta a ser utilizada na pandemia e não existe determinação para retorno em massa das pessoas que estão dispensados do comparecimento ao trabalho por coabitarem com pessoas de grupos de risco.
“Como o banco entende que os protocolos são suficientes e adequados e o que pode haver são apenas interpretações equivocadas, cobramos que o banco reforce as orientações e seja mais claro em suas orientações para que se evite os erros de interpretação”, afirmou Fernanda.
O banco disse que vai analisar como ficará a situação das mães com filhos em idade escolar e também vai convocar uma reunião com as gerências regionais de pessoas (Gepes) e outros departamentos para reforçar as orientações dos protocolos de prevenção à Covid-19 e de gestão administrativa.
Fim da MP 927 e custo dos exames
A representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi/MG), Luciana Bagno, questionou sobre o custo de exames periódicos de saúde (EPS) em virtude da perda de validade da Medida Provisória 927/2020, que suspendia a exigência dos exames ocupacionais.
“Com o fim da MP 927, os exames ocupacionais voltaram a ser exigidos. Só que os exames complementares terão caráter voluntário, não sendo obrigatória a apresentação dos resultados para a emissão do Atestado de Saúde Ocupacional. Ocorre que, quando se tratam de exames periódicos de saúde, o custo não é da Cassi, e sim do banco, que tem que disponibilizar para o funcionário a guia para a realização desses exames, o que ainda não está disponível”, explicou a dirigente sindical da Fetrafi/MG.
O BB disse que os exames complementares poderão ser feitos através do EPS e que o formulário estará disponível assim que for definida a data para início dos exames periódicos.
“É bom destacar que, quando se tratam de exames periódicos de saúde, o custo não é da Cassi, e sim do banco, portanto, sem o custo da co-participação para o funcionário”, concluiu Luciana.