Cassi: com traição de eleitos e sem debate, proposta do BB é aprovada
O Conselho Deliberativo da Cassi, em reunião realizada na quarta-feira 1º, aprovou a proposta “BB/Cassi”, apresentada pelo banco, com alterações estatutárias que desfiguram completamente a caixa de assistência dos trabalhadores do Banco do Brasil. Votaram a favor da proposta, e contra os interesses dos associados que os elegeram, o diretor eleito Luiz Satoru e o conselheiro deliberativo eleito Sérgio Faraco.
“A proposta aprovada, além de quebrar o princípio da solidariedade, transformar a Cassi em plano de saúde comercial, onerar o associado, entre outros prejuízos, é inócua em relação à sustentabilidade da nossa caixa de assistência. Foi fundamentada em cálculos atuariais com inconsistências técnicas gravíssimas como, por exemplo, a utilização de duas projeções de beneficiários, quando o correto seria usar a mesma projeção para todos itens do fluxo de caixa”, critica o diretor do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, João Fukunaga.
“O BB mostrou sua total falta de disposição para o diálogo com os associados da Cassi. Fugiu das mesas de negociação para não debater essa proposta absurda que foi aprovada com apoio de eleitos. Uma traição contra os associados que os elegeram”, acrescenta.
O dirigente lembra ainda que foi protocolada junto ao banco proposta da Contraf-CUT para a Cassi em 23 de julho, quando os representantes dos trabalhadores cobraram a reabertura das negociações.
“Em mesa de negociação com o BB, no âmbito da Campanha dos Bancários 2018, cobramos do banco resposta sobre a nossa proposta para a Cassi. Por sua vez, os representantes do BB informaram que enviaram a proposta para a governança da Cassi. Ou seja, a Cassi não fez a apreciação da nossa proposta e os indicados do banco, a toque de caixa, aprovaram essa proposta absurda apresentada pelo BB, que agora segue para consulta do corpo social”, enfatiza Fukunaga.
O Sindicato, junto com a Contraf-CUT, fará campanha pela não aprovação da proposta apresentada pelo BB para a Cassi. Para entrar em vigor, é necessário que mais de 50% dos associados votem e que dois terços dos votantes sejam favoráveis à proposta.
"O BB fugiu da mesa de negociação sobre a Cassi porque sabia que não aceitaríamos essa proposta bomba. Aprovaram uma proposta desconhecida pelos associados, a toque de caixa, às escuras, contando com a traição de diretores eleitos. Porém, agora não terão como fugir do debate com os associados. O Sindicato vai denunciar as intenções nefastas contidas na proposta e apontar o dedo para aqueles que, de mãos dadas com o banco, jogam contra os interesses dos associados", conclui João.
A Cassi não divulgou o que foi aprovado à revelia dos associados, mas a Contraf-CUT teve acesso aos principais pontos. Confira abaixo os prejuízos aos associados, razões para não votar pela proposta e mobilizar os colegas, da ativa e aposentados, para que façam o mesmo.
• Cria voto de minerva a favor do banco na Diretoria da Cassi.
• Banco pode vetar decisões do conselho deliberativo.
• Transfere para os indicados pelo banco grande parte da gestão da atividade-fim da Cassi, reduzindo a representação dos associados.
• Aumenta definitivamente a contribuição dos associados para 4%, mantendo as contribuições do banco em 4,5%, quebrando a relação 60x40 entre BB e associados.
• Estabelece cobrança por dependente de ativos, com contrapartida do BB.
• Estabelece cobrança por dependente de aposentados, sem contrapartida do BB.
• Novos funcionários do BB não serão inscritos no atual plano de saúde da Cassi.
• Futuros aposentados vão pagar a Cassi sozinhos, sem contribuição patronal.