BB adoece e ainda onera trabalhadores

As mudanças no sistema de coparticipação para usuários da Cassi já vem fazendo vítimas entre os funcionários do Banco do Brasil. Bancários denunciaram ao Sindicato que receberam cobranças exorbitantes devido ao tratamento psicoterápico que estão fazendo.

Esta semana, o Conselho Deliberativo da Cassi aprovou o novo aumento na coparticipação, que sobe para 50% em consultas de emergência ou agendadas, sessões de psicoterapia e acupuntura e visitas domiciliares; e para 30%, nos serviços de fisioterapia, RPG, fonoaudiologia e terapia ocupacional que não envolvam internação hospitalar. A proposta ainda acaba com a incidência única do teto de 1/24 do salário, que estava em vigor desde 2007. Ou seja: o excedente passa a ser cobrado nos meses subsequentes até a quitação, ficando o ônus todo com o associado.


O que acontece agora é que a Cassi tem um limitador de cerca de 200 consultas para tratamento psicoterápico por associado. Quando o paciente chega próximo a este número, é exigido o laudo para comprovar a necessidade de prosseguir com as consultas.

“O problema é que temos recebido denúncias de bancários que tiveram consultas excedentes e foram cobrados sem qualquer notificação, e tudo de uma só vez! Teve gente que recebeu cobranças de mais de R$ 1 mil por conta disso, o que representa mais de 10 sessões excedentes. Ninguém faz esse número de sessões de um dia para o outro, então a Cassi poderia perfeitamente ter feito um alerta para que não chegasse a essa situação. Ou seja: querem punir o trabalhador por conta de um erro que a própria Cassi cometeu”, alertou a dirigente sindical Silvia Muto. “Não é a primeira vez que acontecem casos assim, mas quando tínhamos uma diretoria eleita comprometida com os trabalhadores, a questão foi negociada, minimizando o impacto para os associados”, completou.

Silvia explica que muitos destes bancários fazem tratamento psicoterápico justamente por conta de adoecimento psicológico causado pelo desgaste no trabalho, dadas as péssimas condições proporcionadas pelo Banco do Brasil. Ela explica que, muitas vezes, o BB sequer faz o reconhecimento da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) por conta do adoecimento de fundo laboral.

“Então, na realidade, após adoecer o trabalhador, o banco ainda o onera com uma cobrança abusiva, que compromete parte significativa do seu salário. Os diretores eleitor precisam entender que por trás do número da carteirinha tem uma pessoa, um pai ou mãe de família que está passando por um momento difícil.  Queremos respeito ao funcionário, não só com a revisão destas cobranças, mas também com a garantia de melhores condições de trabalho justamente para evitar este tipo de adoecimento”, concluiu.