Bancos não apresentam proposta sobre metas ou assédio

Na mesa desta segunda-feira 15, a décima rodada de negociação da Campanha Nacional dos Bancários, a Fenaban (federação dos bancos) novamente frustrou os trabalhadores ao não apresentar proposta global. O principal assunto foram as metas e as cobranças constantes que resultam em assédio moral, mas nem sobre isso os bancos apresentaram proposta.

“Já tem dois meses que a Fenaban está com nossa pauta de reivindicações. Já houve tempo suficiente para analisar nossas demandas e apresentar respostas objetivas. Hoje pela manhã, inclusive, a categoria se mobilizou nas redes sociais exigindo uma proposta global que contenha, além do fim do assédio moral e das metas abusivas, aumento real e reajustes na PLR e VA e VR dos bancários. Na mesa, novamente cobramos da Fenaban que respostas à nossa pauta sejam apresentadas”, diz a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria na mesa com a Fenaban.

Bancos negam metas e assédio

Na mesa, a Fenaban apresentou um levantamento encomendado por ela, com base em números dos próprios bancos, para negar as metas abusivas e o assédio moral institucionalizado nos bancos.

“É claro que os números dos Recursos Humanos dos bancos não vão apontar as metas como causa do adoecimento. Nós ouvimos a categoria, que disse o contrário. As metas são sim a principal causa do adoecimento”, disse Ivone Silva.

A dirigente lembrou que a Consulta Nacional, com a participação de mais de 35 mil bancários, apontou que para 77% dos bancários, a cobrança excessiva pelo cumprimento de metas causam cansaço, fadiga e preocupação constante; 54% dizem que causa desmotivação, vontade de não ir trabalhar, medo de estourar; 51% diz causar dor, formigamento nos ombros, braços ou mãos; 44% que causa crise de ansiedade e pânico (veja outros resultados no gráfico).

Outros dados comprovam que a categoria bancária sofre com a pressão e o assédio: entre 2013 e 2020 a média de afastamentos na categoria bancária foi de mais de 20 mil por ano; e nos últimos cinco anos o número de afastamentos nos bancos aumentou 26,2%, enquanto no geral a variação foi de 15,4%, ou seja, entre os bancários a variação foi 1,7 vezes maior do que na média dos outros setores. A categoria bancária tem peso de menos de 1% no emprego formal no Brasil, mas tem peso de 3% nos afastamentos acidentários (B91).

Teletrabalho

Além do debate sobre metas, também houve acertos sobre a redação de cláusulas sobre o teletrabalho, que vem avançando desde a reunião passada. A Fenaban analisará as observações feitas pelo Comando Nacional dos Bancários e enviará uma nova proposta sobre o tema já considerando as observações do Comando.

Às 18h tem live sobre a Campanha

A próxima reunião com a Fenaban será nesta quinta-feira 18. “Nossa data-base é 1º de setembro. Por isso, esperamos que na próxima mesa os bancos apresentem uma proposta global e decente para valorizar a categoria que faz os lucros sempre crescentes do setor”, reforçou Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato, e que também participa das mesas com a Fenaban.

Logo mais, às 18h, Neiva Ribeiro, Ivone Silva e a presidenta da Fetec-SP, Aline Molina, estarão em uma live nas redes sociais do Sindicato para falar com a categoria sobre as negociações da Campanha Nacional Unificada dos Bancários. Não perca!

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